Depoimentos dos Autores

Zé Edu Camarto
Letrista de "Samba do Metrô"

O enredo é simples, um cara procurando por alguém nas estações de metrô. É uma música em que forma e conteúdo têm o mesmo peso, com cada frase remetendo ao universo paulistano de um modo muito particular. Mesmo o fecho é quase hermético para quem nunca andou de metrô na cidade - e isto é plenamente intencional.
No começo, era apenas uma brincadeira de sentido com o nome das estações. A letra foi toda construída em cima dessa brincadeira. E o Álvaro teve uma sacada muito boa, depois da letra já pronta, de inverter a sigla SSO e colocar um SOS no fim.
Estritamente paulistano. O ambiente todo da história são as estações de metrô.
Usei um personagem perdido na cidade, um pouco como antítese do paradigma paulistano - o trabalhador que não tem tempo nem disposição para nada a não ser trabalhar. É um vagabundo (um panaca, como ele se define) à toa pelas estações, em busca de uma dulcinéa. A escolha do ritmo pelo Álvaro e pelo Daniel foi perfeita.


Álvaro Cueva
co-autor de "Samba do Metrô"

No início de 2004, duas das minhas músicas que chamaram a atenção do Zé Edu foram 'Kátia e Paulo' e 'Paulo Responde', ambas ambientadas dentro de ônibus paulistanos. Não tenho certeza, mas suponho que por isso, meu parceiro querido me entregou um de seus abençoados guardanapos, com a letra tal e qual a canto hoje (prá ser sincero, só acrescentei a palavra 'Só' ao início da letra e a sigla ' S.O.S. - sós', ao final. Levei prá casa e musiquei rapidinho, o que não é meu forte, com o auxílio do meu amigo e vizinho Daniel De Thomaz, que, aliás, só veio a conhecer seu novo parceiro, o Zé Edu Camargo, quase um ano depois de pronta a canção, que já rodou por alguns festivais e tem sido bastante acessada nos youtubes da vida.

Daniel De Thomaz
co-autor de "Samba do Metrô"
Uma tarde fui à casa do Álvaro e ele começou a cantarolar a letra, já com melodia. Parecia um caminho conhecido e comecei a sugerir acordes. Mais tarde, o Alê Cueva deu uns retoques. A coisa foi indo e quando fui ver estava defendendo a música em dois festivais, acompanhando a banda no sax tenor. Como disse o Álvaro, só conheci o Zé Edu bem depois, mas foi um enorme prazer fazer parte da criação desse gostoso samba, para mim, verdadeira obra do acaso.

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